segunda-feira, 13 de setembro de 2010

LIÇÕES DE AMOR À MÚSICA E AO CINEMA NAS ESCOLAS

Projetos culturais levam concertos e curtas para 40 mil alunos da rede municipal

Rio - Das iniciativas pretendem levar a arte para espaços da cidade em que o acesso à cultura é limitado e formar jovens com gosto apurado. Até o fim do ano, apresentações do Concerto Didático do Quinteto Villa-Lobos e sessões do Circuito Cine Curta vão percorrer escolas da rede municipal e entreter cerca de 40 mil alunos. A previsão é que cada projeto visite 20 unidades de áreas carentes.

Com afinados instrumentos de sopro (oboé, flauta, clarineta, trompa e fagote), o quinteto encanta as crianças com a pouco divulgada Música de Câmara — desenvolvida para pequenos ambientes. No repertório, canções brasileiras, húngaras e até clássicos infantis, como ‘Atirei o pau no gato’. Acostumados a apresentações na Sala Cecília Meireles, no Centro, os músicos foram bem aceitos pelos estudantes, que não se intimidam e, muitas vezes, sobem ao palco improvisado no pátio, para participar do concerto.

Democratizar o acesso à música erudita é a principal meta do quinteto, formado há 48 anos. No início do ano, o projeto do grupo recebeu o aval da Secretaria Municipal de Educação e o patrocínio do Metrô Rio e da empresa Seres. A seleção das escolas ficou a cargo dos músicos. A previsão é visitar as zonas Norte e Oeste. O grupo já passou por Realengo e Santa Cruz.

“Somente 6% do que é produzido no País aparecem na mídia. Os alunos não têm acesso ao erudito e nosso papel é abrir o ouvido deles, mas o trabalho deve continuar na escola”, afirma o fagotista Aloysio Sagerlande.

Oferecer conteúdos diferenciados do sistema comercial é o objetivo do Circuito Cine Curta, da produtora Nova Bossa. Cultura brasileira e temas relativos à juventude são levados aos alunos através de uma linguagem pouco conhecida por eles: os curtas-metragens.

Para despertar o senso crítico dos jovens, as sessões são compostas por três estilos: animação, documentário e ficção. Os olhares atentos durante os 60 minutos de exibição evidenciam a aprovação dos estudantes. Após as exibições, são feitos debates com os alunos e professores.

Dona da Nova Bossa, Juliana Teixeira, conta que projeto nasceu com Curta na Praça, que levava filmes para comunidades violentas e carentes do Rio. Com o apoio das secretarias de Cultura e Educação, Juliana resolveu levar os curtas para as escolas. “A escola é o principal meio de formação, mas a cultura ainda chega devagar. Muitos estudantes da rede pública nunca assistiram a um curta e queremos mostrar produções diferentes que levem a refletir”. explica.

Fonte: Jornal O Dia: BEATRIZ SALOMÃO